Dr. Paulo Pittelli - Cirurgião do Aparelho Digestivo

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Tirei um pólipo do intestino. E agora?

Seu médico te pediu uma colonoscopia por algum motivo, você obviamente acabou dando aquela espiadinha no resultado antes do retorno no consultório. Ao abrir o resultado, está lá: apareceu um pólipo no intestino.  Não tem como não se perguntar – será que isso pode ser um câncer? E aí vem aquele desespero, você vai direto pra internet pra tentar responder esta questão e acaba agendando um retorno no seu médico pro dia seguinte, mesmo sem aguardar o resultado da biópsia. Acontece toda hora e é mais comum do que você imagina.

Tenha calma!

Existem diferentes tipos de pólipos no intestino grosso e no reto e, por sorte, a maioria deles não é câncer e nunca se tornará um câncer de intestino. O problema é que existem sim alguns pólipos que têm um potencial pré-maligno e que se não forem retirados se transformarão em câncer.

Para que isso não ocorra basta fazer a colonoscopia, um exame feito sob sedação e que não deixa os pacientes constrangidos, onde o médico é capaz de detectar pólipos muito pequenos e, portanto, bem no seu início. Nesse exame é possível fazer biópsias e na maioria das vezes retirar os pólipos por completo.

No Brasil, infelizmente ainda não temos a cultura de fazer a profilaxia do câncer colorretal como fazemos com o câncer de mama, de colo uterino, de endométrio e de ovários por exemplo.

As mulheres estão cansadas de saber que devem fazer todo ano o papanicolaou, a ultrassonografia de abdome, ultrassonografia das mamas e a mamografia. Os homens, por sua vez, sabem que devem ir ao urologista para se submeterem ao toque retal e dosar o PSA para a profilaxia do câncer de próstata, certo?

Mas, e o câncer de intestino que é o terceiro tipo mais comum, excluindo o câncer de pele? Porque nós temos tanto preconceito com a colonoscopia? Nos países desenvolvidos é comum se iniciar a profilaxia do câncer colorretal já a partir dos 50 anos!

Você sabia?

  • que a maioria dos pólipos de intestino não provoca qualquer sintoma?
  • que depois dos 40 anos de idade, a cada década vivida dobra a chance de se desenvolver o câncer colorretal?
  • que, em média, leva de 8 a 15 anos para que certos tipos de pólipos, os chamados pólipos adenomatosos, se transformarem em câncer?
  • que a obesidade, o sedentarismo e uma dieta com alto conteúdo de gordura e baixo teor de cálcio e fibras são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal?
  • e o mais importante, que a maioria dos casos de câncer do intestino são curáveis quando diagnosticados precocemente?

Eu sei que você provavelmente ainda está cheio de dúvidas e neste link aqui eu explico bem direitinho sobre os pólipos do intestino grosso e do reto, quando eles são de fato um problema e o que devemos esperar quando temos o achado de um pólipo intestinal numa colonoscopia.